ROSA VERMELHA
Jorge Linhaça
Entrei na roda-ciranda;
na roda-ciranda, cirandei,
acompanhei o som da banda,
ao som da banda me apaixonei.
No coração ninguém manda,
e quem tem um olho é rei;
entrei na roda-ciranda
na roda-ciranda, cirandei.
Mas a gente se engana,
na ciranda desafinei,
Da vermelha rosa cigana
nos espinhos me espetei
Entrei na roda ciranda...
NAVEGO COM ASAS DE BORBOLETAS
Jorge Linhaça
Navego em meu galeão,
de asas de borboletas,
buscando minha paixão
e as ilusões desfeitas.
Sou da nave capitão!
-tempestades me sujeitam-
Navego em meu galeão
de asas de borboletas.
Em busca da atracação,
em uma praia perfeita,
liberto minha emoção.
Nas asas das borboletas,
navego em meu galeão
SOMBRA ANGELICAL
Jorge Linhaça
Quem pode compreender os anjos
em sua absurda insanidade?
São arautos que vem de antanho
a estudar a humanidade.
Se percebem os muitos arranjos,
e não escondem jamais a verdade:
Quem pode compreender os anjos
em sua absurda insanidade?
Se a luz sobre tantos desmandos,
faz temer que a mentira se acabe.
Cantem loas ao som de mil banjos
ou respondam agora, não tardem!
Quem pode compreender os anjos?
VEM O AMAR
Jorge Linhaça
22/04/2008
O mar, vem, lambe a areia
na arena desta saudade
que invade minhas veias
como sol que, quente, arde.
Olhando pelas ameias
do Forte da Humildade
o mar, vem, lambe a areia,
na arena desta saudade
O sentimento semeia
a paixão que me invade
e nas veias serpenteia
quando no fim da tarde:
O mar, vem, lambe a areia
Um Violino ao Entardecer
Jorge Linhaça
Neste suav'entardecer,
ao som d'um violino,
a moça a s'embevecer,
o coração em supino.
Não há quem poss'esconder
o seu olhar cristalino,
Neste suav'entardecer,
ao som d'um violino,
O moço a enternecer,
com seu jeito ladino,
a moça a envolver
ao som do violino
neste suav'entardecer.