PICADEIRO DAS EMOÇÕES

 

A FERA GENTIL
Jorge Linhaça
 
Uma fera gentil trago no peito
bela não é aos olhos de quem vê
Corpo adiposo, de todo mal feito
sem que se saiba ao certo o porquê.
 
Parece um sonho no tempo desfeito
Tão deformada, que assusta você
Fera feiosa de  modos perfeitos
Doce, inocente: tal qual um bebê
 
 
A fera gentil que em todos habita
beleza não tem ao nosso olhar
È com seus atos qu'ela nos conquista
 
Qual o beija-flor que paira no ar
Vive a fera tal qual eremita
Guardando em si, o dom de amar.
 

 

 
ENCONTRO AO ENTARDECER
Jorge Linhaça
 
Reveste-se o sol de mantos doirados
No nosso encontro ao entardecer
Sorvo teus lábios-batom encarnado-
Tão esperados! É o meu renascer!
 
Faço-te versos ao pé do ouvido,
Sou repentista na luz do poente;
Sou teu menestrel, teu anjo caído;
Sou teu amante, teu homem somente.
 
Colas teu corpo bem junto do meu
Sinto tua pele macia na minha
Ante o ocaso o amor floresceu
 
És meu encanto, és pura magia
És a poesia criada por Deus
Linda alvorada no fim dos meus dias.
 
ARANDU, 31/03/2009
 

 

NO JARDIM DA PAIXÃO
Jorge Linhaça
 
Beijos trocados em meio ao jardim
Pétalas doces, teus lábios em flor
Edulcurados,despertando em mim
Doces primícias, c'o mel do amor.
 
O teu perfume (a me envolver)
Inebriando todos meus sentidos
Minha senhora, é teu o poder
De me encantar os olhos e ouvidos
 
Em meio ao jardim, cercados de hortências,
Margaridas, tulipas e jacintos
De ti emana a mais pura essência
 
É o teu olor suave que sinto
Teus beijos valem a minha existência
me fazem voar no céu infinito.
 
 

 

O Trompete da Sedução
Jorge Linhaça, o anjo das letras.
 
O som sensual que vem do trompete
embala a alma e aquece a paixão
o corpo arde parece um vulcão
e a melodia do amor de repete
 
Toca trompete; libera a emoção!
A ti agora o papel já compete
és serpentina, nós somos confete
Neste carnaval  de nossa emoção.
 
Teu som sensual  nossos movimentos
rege c'oa força dessa melodia
inebriando nossos sentimentos
 
Corpos ardentes na cama macia
nessas delícias ,os nossos momentos
varam a noite e avançam no dia.
 
 
******
 
Arandú. 19 de março de 2009

 AMAZONA ALADA 

Jorge Linhaça
 
Voa nos céus a amazona alada
Empunhando seu cajado de luz
Sobre o dorso do pégasus sentada
Negro corcel que a deusa conduz
 
Entre as nuvens desenha a estrada
Cavalgando seu fiel andaluz
Nobre guerreira  de rubro asada
Cuja beleza aos homens seduz
 
Vinde, senhora; levai-me ao céu!
Abre teus braços, conforto dai-me;
Abre meus olhos, debela este véu!
 
Entre as estrelas do céu confortai-me;
não me deixes mais vaguear ao léu;
Ao paraíso do amor elevai-me.

 

O CAMINHO DA LUZ
Jorge Linhaça
 
Lá vai a dama buscar sua luz
Segue o caminho por entre as pilastras
Bem lá ao fundo a luz se alastra
Doce enlevo seus passos conduz
 
Um arco-íris  marca o seu destino
Pairando além das pétreas paredes
Segue a dama com garra e com sede
ouve-se ao longe o som de mil sinos
 
A luz que a guia afasta a dor
Injeta n'alma a eterna esperança
Faz com que sinta os anseios do amor
 
Caminha a dama, alegre criança,
Rumo aos braços do seu Salvador
Ouvindo sua voz suave e mansa.
 
Arandu, 1º de abril de 2009
 

 

AS DROGAS
 
Jorge Linhaça,
o Anjo das Letras
 
 
A droga cega alma e mata o corpo
Chega mansinho, promete alegria,
Vem na balada, na fala macia,
Simula ser reto aquilo que é torto
 
Aos poucos apaga a luz do seu dia
Quando percebe, o homem jaz morto
pela escuridão , de todo absorto
Escravizado por tal tirania.
 
Cessam os risos ,espalha-se o pranto,
na ânsia louca , cruel dependência,
turvos, os olhos, perdem seu encanto
 
Segue-se o crime, não há resistência!
Mais uma dose, ali outro tanto...
Esquece, o homem, sua consciência
 
 
 
Arandu, 23 de março de 2009 
 

 

VENTUROSA DAMA
 
Jorge Linhaça,
o Anjo das Letras
 
Ó, bela dama de minha ventura,
que a alva me traz repleta de luz;
cuja beleza minh'alma seduz
És meu veneno e também minha cura.
 
Veneno tu és em forma de cruz
Remédio tu és com tua candura
Se me envenenas na minha clausura
Me curas quando o amor nos conduz
 
Veneno e cura que assim se alternam
na noite escura me fazes sofrer
quando as dores min'alma apenam
 
Mas vindo o sol, me fazes renascer
diante de ti os males se apequenam
e a paz invade, de todo, o meu ser.
 
 
Arandu, 23 de março de 2009