A VERDADERA ISTÓRA D' ALICE
NU PAÍS DAS MARAVIA
Jorge Linhaça
Inzistia uma menina sanhada
qui si chamava di alice
era muito tinhosa e danada
vivia cuntando invencisse
num havia cum quem num bulisse
quando dava suas escapada.
Um dia arranjô um namorado
qui ela apelidou di cuelho
pois na hora du riscado
o cabra ficava vremeio
deixava as coisas no meio
i dizia que tava cansado.
A tár di Alice inconformada
resorveu di ganhá mundo
meteu o pé nas estrada
procurando algo rotundo
que penetrasse profundo
e a deixasse refestelada.
Cunheceu u zé lagartão
e estranhou seu apelido
e ele deu a ixplicação
é que era cebeludo i cumprido
cuxixou nu seu ouvido
e a Alice o alisava na mão.
Teve um homi di chapéu
qui era doido di dá nó
mai fazia ela ir nu céu
era cheinho di trololó
e judiava sem dó
da Alice cabelos di mel
Teve um gato sorridente
todo manhoso e ladino
foi chegano mansamente
e alice foi consentindo
para ele foi se abrindo
e passou as horas contente
Mai tudo qué bão si acaba
i sempre há di te uma vilã
pareceu uma rainha das brava
a dona dum tar bataclã
onde vivia as cortesã
e que as cebeça cortava
Alice saiu bem avoada
pro lugar dondi tava primero
a sorte da manina arretada
foi que o tal namorado cueio
na pendenga entreveio
e levou ela pra casa.
Pra num ficá desmerecida
e seguir de moça di familia
inventou uma história cumprida
de um reino di fantasias
um tar país das maravilhas
ondi tinha ido adormecida.
I aqui incerro o meu causo
du jeitim qui vi acintecê
num dianta ficá bravo
si antis fizeram oce lé
outra históra pra ti convecê
qui Alice num tinha seus cacho.
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